Caros leitores, eu fui a uma festa familiar de início de ano e lá conversei com várias pessoas de minha família. Os assuntos foram dos mais variados, desde alguns comentários a respeito da funcionalidade do Linux, do Windows e Macintosh até mesmo a qualidade do cinema nacional, passando pelas formalidades do processo de obtenção de CNH (com destaque para o exame do psicotécnico) e pela tragédia de Angra dos Reis. Entretanto, um assunto me deixou mais do que inquieto, o futuro, mais especificamente o INSS.
Esses dias atrás foi dado um aumento de 6,14% para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo, um ganho real de 2,5%. Fonte. O rombo da previdência, em 2009 foi estimado como sendo de R$ 43 bilhões. Fonte. E não existe nem perspectiva de que esse assunto entrará em pauta nas eleições desse ano, por um motivo muito simples, falar disso não agrada o eleitorado. Entretanto o que realmente me incomoda é a perspectiva de eu não conseguir me aposentar.
Saiba, caro leitor, que a expectativa de vida ao nascer do brasileiro hoje é de 72,9 anos (Fonte: IBGE) e que os brasileiros podem começar a se aposentar por volta dos 50 anos. Considere que esse trabalhador contribuiu com o equivalente a cerca de 100 reais ao mês durante uns 30 anos. E receberá até sua morte (que acontecerá daí uns 20 anos) um salário mínimo mensal que hoje está no valor de 515 reais.
Ainda se fosse apenas isso, o problema ainda não seria tão grave. É direito do trabalhador, assegurado pela constituição federal no artigo sétimo, inciso XXIV, a aposentadoria, independente do cidadão ter ou não contribuido para o INSS. Sendo assim, trabalhadores informais e também os trabalhadores rurais que nunca contribuiram para a previdência social têm direito a se aposentar, e o piso é um salário mínimo.
Com tudo isso, temos que o rombo atualmente é de 43 bilhões de reais, e tal desajuste nas contas públicas é resolvido de uma maneira bem interessante: desvia-se dinheiro de outras áreas do governo para sanar o problema. Até agora a bomba ainda não estourou, mas logo ela estoura.
Observe que nesta Pirâmide etária do ano de 2005, já existe um significativo afunilamento nas bases e também que a população aposentada se concentra nas faixas superiores a 50 anos e que a população contribuinte do INSS se concentra entre 20 e 50 anos.
Em 2015, serão aposentados no Brasil as pessoas que em 2005 tinham 40 anos ou mais, e serão contribuintes os que em 2005 tinham entre 10 e 40 anos. Observe que o número de aposentados aumenta e o de contribuintes diminui. (**Não se levou em conta a mortalidade neste exemplo, já que a intenção é apenas ilustrativa.)
Se o cenário para 2015 está ruim, imagine para 2025 ou mais adiante. O rombo no INSS certamente aumentará, e provavelmente será sanado com imposto de outras áreas, o que implica em mais impostos no futuro (e carga tributária no Brasil já é alta). Outra possibilidade de ajuste do rombo é abrir mão de serviços como saúde, educação e segurança (já precários no Brasil) para manter a previdência social. Ou ainda pior, o governo pode vir a perder a capacidade de investimento, o que levaria a economia brasileira a uma situação de estagnação, um quadro muito mais preocupante, já que estagnação econômica é sinônimo de caos.
Caro leitor, pensar nisso é uma visão do inferno de Dante, pintada com cores ainda mais reais e com data para acontecer, um futuro de 20 ou 30 anos a partir de agora. Então meu conselho é pensar bem nas eleições e nos projetos que nos serão apresentados. E se não houver projetos bons, estará na hora de você se interessar por essa coisa chamada política já que ela tem profundas implicações na sua vida.
Em 2015, serão aposentados no Brasil as pessoas que em 2005 tinham 40 anos ou mais, e serão contribuintes os que em 2005 tinham entre 10 e 40 anos. Observe que o número de aposentados aumenta e o de contribuintes diminui. (**Não se levou em conta a mortalidade neste exemplo, já que a intenção é apenas ilustrativa.)
Se o cenário para 2015 está ruim, imagine para 2025 ou mais adiante. O rombo no INSS certamente aumentará, e provavelmente será sanado com imposto de outras áreas, o que implica em mais impostos no futuro (e carga tributária no Brasil já é alta). Outra possibilidade de ajuste do rombo é abrir mão de serviços como saúde, educação e segurança (já precários no Brasil) para manter a previdência social. Ou ainda pior, o governo pode vir a perder a capacidade de investimento, o que levaria a economia brasileira a uma situação de estagnação, um quadro muito mais preocupante, já que estagnação econômica é sinônimo de caos.
Caro leitor, pensar nisso é uma visão do inferno de Dante, pintada com cores ainda mais reais e com data para acontecer, um futuro de 20 ou 30 anos a partir de agora. Então meu conselho é pensar bem nas eleições e nos projetos que nos serão apresentados. E se não houver projetos bons, estará na hora de você se interessar por essa coisa chamada política já que ela tem profundas implicações na sua vida.
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