quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Quando tem de ser, é

Leitor, você certamente se depara com algo raro agora nesta postagem. É a primeira vez em um ou dois meses que eu posto alguma coisa no meio da semana, mesmo com preocupações com provas e etc. Mas o assunto deste texto não são provas ou problemas acadêmicos, mas sim uma compilação das, se se pode chamar assim, 'desventuras' que eu tive na minha jornada através das rodoviárias neste último fim de semana.
Para começar, na sexta, dia 4, tive que ir até a rodiviária para pegar o ônibus para minha querida cidade natal, o fato é que rodoviária é um lugar de alto número de circulação de pessoas, entre elas as mais variadas formas de pessoas. E uma delas, um bêbado (ou louco delirante) me abordou. Queria saber onde era a plataforma de embarque para o seu destino. Eu disse e ele ficou com a conversa de sempre "que você tenha muita saúde, que sua família esteja sempre bem, te considero muito...". E não parou por aí. O homem ai pegar o meu ônibus. Embarcamos de maneira normal, o homem começou a dar alguns problemas para o motorista, que o advertiu. Ele sossegou e a viagem foi tranquila (na verdade dormiu, sendo que de vez em quando resmungava alguma coisa). Isso foi na sexta.
No domingo aconteceram mais dois fatos dignos de atenção.
O primeiro, na rodoviária de minha cidade, ao embarcar no ônibus de volta, deparei-me com um grupo de ciganas no meio da rodoviária. Não houve problemas mas olhar para aquelas pessoas era de alguma forma desconfortável. Eram sujas, tinham crianças de colo que ficaram soltas e faziam de tudo um pouco (eram crianças), tinham roupas coloridas de uma forma diferente e chamativa e além disso, emporcalhavam o chão com os restos de comida (no caso, pães).
Por fim, ao chegar ao meu destino final e quando eu já estava no ponto do circular, eis que apareceu a coisa mais curiosa das três: um menino com lepra. Ele já estava cadeirante e só percebi sua doença pois olhei para seu pé, descoberto, e vi as marcas na pele. Era pobre, a avó o levava, junto de mais um neto e um homem que eu não consegui identificar com a conversa que ouvi. Falavam da mãe do menino, que não cuidava dele, embora a criança leprosa não percebesse assim. No fim das contas um fato triste.
Mas não adianta fazer nada com respeito a esses tipos na sociedade. Já tentaram, sem muito êxito, usar hospícios, leprosários e campos de concentração. A diferença, embora segregada, ainda existe. Durante a segunda guerra (e em outros momentos da história) até que tentaram esterilizar essas pessoas, mas vieram os aliados e a experiência acabou.
De qualquer forma, é duro ser o indesejável, mas é ainda mais duro livrar-se do preconceito.

Um comentário:

  1. Onde eu estiver ali estará um bêbado! É como se eu fosse um ímã a pinguços.

    hehehe

    Abraços!

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