terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Eu detesto a má poesia

Leitor, já disse isso antes, mas a má poesia eu não suporto. Não aguento ver  versos brancos e soltos em qualquer nexo espalhados por uma página, por vezes centralizados e dispostos de tal maneira que é impossível observar o poema e compreendê-lo, simplesmente por que é uma arte defeituosa, que não tem forma nem mensagem.
Tem uns poeminhas do tipo romântico, de confissão. Extremamente chatos. O eu lírico fica remoendo suas mágoas afim de usar o poema como se fosse uma terapia, mas o que sai não é um poema nem uma terapia, mas sim um lixo jogado por aí.
E nos poemas, tem figuras de linguagem. Como metáforas ininteligíveis seguidos por comparações insólitas jogadas e desconectadas do todo. E é tudo que existe no poema. Não há gradações, hipérboles, elipses ou eufemismos. É uma linguagem pobre, sem qualquer erudição.
E o culpado de tudo isso é a internet, mais especificamente, o blog. Qualquer pseudopoeta pode criar um blog para divulgar seus textos como se eles fossem trazer ao mundo uma nova estética para a poesia, mas não vão.
Por fim, encerro com uma boa poesia, feita por Fernando Pessoa (ortônimo)

Mar português


Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos,quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador.
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

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