Nesta semana que se acaba, eu li um livro muito interessante. Trata-se de "A Hora da Estrela", obra de Clarice Lispector, uma novela (gênero maior que o conto e menor que o romance). Aviso já que nesta postagem existe um spoiler, já que vou contar o fim do livro.
A personagem principal é uma nordestina, datilógrafa ruim, sem desejos nem anseios. Ela tinha planos para o futuro. Vivia apenas por viver, como um ser irracional, sem a mínima perspectiva. Mas o interessante é que não foi isso que me chamou atenção, mas o final, quando Macabéa é atropelada e morre depois de sair da consulta da cartomante, "grávida do futuro". Ela começou a ter sonhos e logo depois morreu. É até que cruel, mas o livro é assim.
Entretanto, devo confessar que os planos que Macabéa teve antes de morrer eram delirantes. Um europeu casaria-se com ela e a tornaria rica (foi o que a cartomante dissera). Acretide, caro leitor, tem gente que não espera um europeu, mas tem sonhos assim como os de Macabéa, capengas e sem a minima possibilidade de se tornarem reais.
Um bom exemplo são os sonhos dos adolescentes fúteis. "Vou ser uma estilista" (a coitada nem sabe costurar ou desenhar uma roupa). "Vou ser um médico muito rico" (o moço não entende as diferença entre os rins e o fígado). "Vou ser popstar!" (é um desafinado...). "Um dia serei bonito(a) e inteligente" (melhor não comentar).
Nestes casos, o problema não é o plano em si, mas a total falta de contato com a realidade. Todo plano precisa ter meios de se realizar, caso contrário não há o que possa ser feito para que o desejo se realize. É como alguém querer construir primeiro o teto para depois construir as fundações da casa. Claro que existe quem tente "inovar", mas não costuma dar certo.
Se o sonho existe é necessário que exista alguma coisa que o conecte à realidade. Eu , no futuro, quero abrir minha empresa, empreender. Para isso é necessário que eu acume algum dinheiro para começar e tenha conhecimento para montar e tocar o negócio. Eu tenho maneiras de conectar meu sonho (ou melhor, objetivo) à realidade, não é como dizer "vou ser rico" e ficar esperando ganhar um dinheiro grande sem precisar fazer nada (até mesmo quem ganhou a loteria teve de fazer uma aposta). Claro que sempre haverá os planos que dão errado, mas isso é normal. Muitos empresários já foram à falência antes de dar certo. Entretanto mantendo o pé no chão, conseguiram finalmente um lugar ao sol.
Outra coisa que eu percebo, e é muito mais grave, é a de negar possibilidades, oportunidades, em troca de um sonho. Isso quase aconteceu comigo, leitor. Foi minha mãe quem me colocou de volta na realidade. Eu estava prestes a decidir por uma carreira que hoje eu percebo que não é a mais acertada (não digo qual é pois não quero influenciar os leitores). Minha mãe me trouxe de volta e mostrou a engenharia. E ela acertou. Não estava cega por um sonho delirante de grandeza, por um ideal adolescente.
Por fim, leitor querido, eu tenho a desejar-lhe sucesso naquilo que você vier a fazer, mas lembre-se de que os sonhos embora lindos, podem ser para sempre o que são, sonhos perdidos em pessoas frustadas. Se você não quer que isso aconteça, conecte-se à realidade, ela é muito mais interessante e viva que o sonho.
A personagem principal é uma nordestina, datilógrafa ruim, sem desejos nem anseios. Ela tinha planos para o futuro. Vivia apenas por viver, como um ser irracional, sem a mínima perspectiva. Mas o interessante é que não foi isso que me chamou atenção, mas o final, quando Macabéa é atropelada e morre depois de sair da consulta da cartomante, "grávida do futuro". Ela começou a ter sonhos e logo depois morreu. É até que cruel, mas o livro é assim.
Entretanto, devo confessar que os planos que Macabéa teve antes de morrer eram delirantes. Um europeu casaria-se com ela e a tornaria rica (foi o que a cartomante dissera). Acretide, caro leitor, tem gente que não espera um europeu, mas tem sonhos assim como os de Macabéa, capengas e sem a minima possibilidade de se tornarem reais.
Um bom exemplo são os sonhos dos adolescentes fúteis. "Vou ser uma estilista" (a coitada nem sabe costurar ou desenhar uma roupa). "Vou ser um médico muito rico" (o moço não entende as diferença entre os rins e o fígado). "Vou ser popstar!" (é um desafinado...). "Um dia serei bonito(a) e inteligente" (melhor não comentar).
Nestes casos, o problema não é o plano em si, mas a total falta de contato com a realidade. Todo plano precisa ter meios de se realizar, caso contrário não há o que possa ser feito para que o desejo se realize. É como alguém querer construir primeiro o teto para depois construir as fundações da casa. Claro que existe quem tente "inovar", mas não costuma dar certo.
Se o sonho existe é necessário que exista alguma coisa que o conecte à realidade. Eu , no futuro, quero abrir minha empresa, empreender. Para isso é necessário que eu acume algum dinheiro para começar e tenha conhecimento para montar e tocar o negócio. Eu tenho maneiras de conectar meu sonho (ou melhor, objetivo) à realidade, não é como dizer "vou ser rico" e ficar esperando ganhar um dinheiro grande sem precisar fazer nada (até mesmo quem ganhou a loteria teve de fazer uma aposta). Claro que sempre haverá os planos que dão errado, mas isso é normal. Muitos empresários já foram à falência antes de dar certo. Entretanto mantendo o pé no chão, conseguiram finalmente um lugar ao sol.
Outra coisa que eu percebo, e é muito mais grave, é a de negar possibilidades, oportunidades, em troca de um sonho. Isso quase aconteceu comigo, leitor. Foi minha mãe quem me colocou de volta na realidade. Eu estava prestes a decidir por uma carreira que hoje eu percebo que não é a mais acertada (não digo qual é pois não quero influenciar os leitores). Minha mãe me trouxe de volta e mostrou a engenharia. E ela acertou. Não estava cega por um sonho delirante de grandeza, por um ideal adolescente.
Por fim, leitor querido, eu tenho a desejar-lhe sucesso naquilo que você vier a fazer, mas lembre-se de que os sonhos embora lindos, podem ser para sempre o que são, sonhos perdidos em pessoas frustadas. Se você não quer que isso aconteça, conecte-se à realidade, ela é muito mais interessante e viva que o sonho.
hmmm...interessante
ResponderExcluirporque realmente, sonhar é bom e todo mundo gosta, mas...É necessário conciliá-los com a realidade para evitar frustrações na vida. Se você tem um sonho possível de ser realizado, vá em frente, faça de tudo para alcançá-lo. Mas isso só vale se realmente for POSSÍVEL. (a carapuça serviu pra mim agora) ashuashuashu
Meu sonho é ser bailarina! Mas é um telhado sem fundamento algum!
ResponderExcluirAcho que todo mundo ja quis fazer um curso-sonho e depois acaba na engenharia mesmo, né? meio triste, até...
Beijo, Pants!
Lara, nem é triste não. Uma possibilidade não costuma excluir a outra. A coisa é que não se pode ter tudo o que se deseja, já que muitas vezes o desejo é incompatível com a realidade.
ResponderExcluirMeu sonho é abrir a "Empresa do Fer", ter "Funcionários do Fer" vendendo o "Produto do Fer". Daí quando eu for mais velho, vendo tudo e abro o "Bar do Fer".
ResponderExcluir=D
Alcançável, falaí? :P
Abraço!
A Hora da Estrela foi o livro mais desgraçado que eu já li. Foi o primeiro trauma litarário da minha vida, e creio que deve ser o trauma de qualquer um que tente lê-lo antes de ter, sei lá, o estigma de NERD (daqueles com o cu de aço), 2 filhos adolescentes ou uma ponte de safena, no mínimo. Putz, Clarice Lispector escreve para que o leitor se sinta humilhado em sua ignorância e saia correndo como um idiota completo.
ResponderExcluirÉ uma das literaturas preferidas dos cabaços que gostam de tirar frases esparsas e colocá-las em Nick de MSN ou status e perfil de Orkut. Procure no Google: existem sites que fornecem isso, dispensando qualquer leitura da danada. Faço fogueira com os livros dessa ucraniana. Aliás, faço fogueira também com os livros de auto-ajuda. E queimo também junto com toda essa papelada todos os CDs de pagode.
Macabéa lembra até Iracema. Martim veio, deu uma “lapada na rachada” (grande Raí, direto de Caraúbas, Rio Grande do Norte!) e fundou o estado do Ceará. Puta merda, e pensar que o Ceará surgiu de um foda... Joelma já cantava há 6 anos atrás em sua “Gringo lindo” as aspirações de uma mulher que aguarda o seu estrangeiro.
“Gringo lindo, loiro, louco de amor pra dar
No verão que vem de novo eu quero te encontrar”
E por aí vai... Turismo sexual é algo recorrente e deve povoar o imaginário da mulher como a salvação estrangeira frente à desgraça tupiniquim. Duvido que Chimbinha tenha dado algo de Clarice Lispector a Joelma. Creio que ela tem coisas muito mais interessantes para fazer.