sábado, 26 de setembro de 2009

Aspectos culturais interessantes

Sabe, leitor, eu pensei um pouco, conversei com um amigo e percebi que tem algumas coisas em nossa cultura que chama a atenção por suas peculiaridades. Eu não sei se você já percebeu, mas é muito legal observar o nosso comportamento. É estranho e divertido ao mesmo tempo, principalmente se você está disposto a não levar nada disso muito a sério.
Brasileiro gosta de falar de morte. Sabe aquele dia em que você está de boa, em casa ou com um amigo em algum outro lugar e de repente alguém chega e começa a contar, com detalhes, o que aconteceu na estrada? Pois bem, você fica sabendo como o motoqueiro morreu (se o caminhão passou em cima ou então se ele caiu da moto e bateu a cabeça nas pedras), de que forma ficou o corpo, como vai ser o enterro e tudo mais. Aí você, após ouvir a história, conta outra, de uma pessoa que teve uma morte pior. Se tiver um instrutor de CFC por perto, aí mesmo que as mortes mais violentas se tornam até que agradáveis, já que ele vai contar coisa muito pior. E no fim todo mundo diz: "Credo, não gosto de falar nestas coisas...".
Além disso, somos um bando de hipocondríacos. A ideia é parecida com a anterior, mas aí a competição é para ver quem tem a doença mais grave. Se um fala "Estou com dor de cabeça", o outro responde "Meu tio tem um tumor". Se falam "Minha mãe fez mamografia", alguém fala "Minha vó tirou um seio". E as pessoas ficam nessa de competir tragédia, ver quem vai morrer mais rápido. Mas no fim da conversa de novo as pessoas falam: "Tomara que se sare logo...".
O interessante disso é que nós não gostamos de falar das pessoas quando elas ficam debilitadas, paralíticas, manetas ou cegas e etc. Temos uma certa pena de falar nesses assuntos, talvez por que nos coloquemos no lugar dessa outra pessoa. Mas também pode ser que a gente goste de falar mesmo é de morte, de sangue...

Daria para ficar comentando as nossas (na verdade dos outros) tragédias por muito tempo, mas estou com sono, não é comum postar antes do almoço. Depois eu volto e posto mais.

Obs: Contem as suas histórias de morte e de doença nos comentários, a melhor (ou pior, dependendo do ponto de vista) ganha menção honroza, semana que vem, mas só vale para não anônimos.

6 comentários:

  1. Ah, eu não tenho uma história de morte legal. Mas aposto como ganho nas doenças! Eu tenho gastrite, sinusite, rinite alérgica, bronquite asmática, intolerância a lactose, anemia crônica, deficiência de calcio e sou miope! Ser miope eu acho que não é uma doença, mas aí vêm as enxaquecas e enjôos e...
    Ah, não gosto de falar dessas coisas :B

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  2. Ah, o meu poeminha é justamente uma paródia mal elaborada do poema de Drummond :P

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  3. Pior que é verdade! Não só em doenças, mas em tudo isso. O ser humano, tem a necessidade de competir, talvez faça parte do seu instinto como de qualuqer outro animal.

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  4. Competir pra ver quem é o pior é muito comum. Eu gosto de comentar tragédias; doenças não (Deus me livre) doenças pra mim existem para ser curadas hehe

    Tenho uns amigos que adoram ficar falando de filmes violentos, como Jogos Mortais (eles ficam discutindo qual a pior cena de morte ) e eu só fico observando e dando risada

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  5. Pô, você tem razão. É verdade...chega sempre assim "Rapaz, teve um acidente ali..."
    Mas falar de morte, ninguém ganha das cidades rurais do interior.Ê Nunca vi tanta história de morte, acidente, assassinato, assombração. O povo 'da roça' ja gosta.
    Você falou muito bem mesmo, bem real.
    Muito bem escrito, gostei.

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