sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

101 desculpas

Eu não tenho 101 dálmatas, mas tenho 101 postagens agora (desculpe, leitor, não poderia perder a piada). E Obviamente logo terei 102. Mas isso não é importante. Neste singelo texto gostaria de abordar algumas desculpas que as pessoas usam para justificar seus atos, mesmo que eles sejam injustificáveis ou então a explicação seja ruim demais para ser aceita por alguém. Eis uma pequena relação. Divirta-se!
  • 'Foi algo que eu comi'. Essa desculpa é típica de quem não consegue segurar um pouquinho suas vontades mais íntimas de soltar um pum (ou peido, se preferir). Uma hora a culpa é do repolho, depois do feijão, depois da aveia quaker e do inocente pé-de-moloque. Pior mesmo não é quem solta um e tenta ser discreto, mas daquile tipo de pessoa (provavelmente você tem um tio ou primo assim) que, tranquilamente sentado no sofá da sua casa, assistindo televisão, levanta uma das pernas e solta um pum. É nojento demais, e depois a culpa é da comida...
  • 'Todo mundo faz/Todo mundo é' Exemplos clássicos: 1)Jogar papel no chão e fingir que não fez nada de errado. 2)Sujar o banheiro público com urina (falha tipicamente masculina). 3)Trair o parceiro e dizer que é normal. 4)Ser compulsivo por sexo. 5)Fingir que coloca dinheiro na cestinha do dízimo. 6)Fofocar a vida alheia. 7)Ter fake no orkut para falar mal dos outros. 8)Dirigir perigosamente (i.e. bêbado em alta velocidade) 9)Ser gorda e ter celulite. E quando são cobradas por explicações As pessoas simplesmente dizem que aquilo é absolutamente normal, afinal, quem não é??
  • "Deu tudo errado por que alguma coisa me atrapalhou..." E a coisa pode ser a inveja do peixinho beta da vizinha, pode ser a conjuntura astral desfavorável, até mesmo a crítica dos que não entendem nada de arte. Dou um exemplo prático: um rapazote, na ânsia de tirar CNH A para brincar com a moto zero que o pai comprou, começa a fazer graça com a moto da autoescola. O instrutor dá o aviso: não faz isso senão você cai da moto. O rapazote não dá atenção. Então no dia do exame o rapazote é reprovado e o culpado é, na verdade, o instrutor, que não disse que não podia empinar a moto na frente do delegado...
No geral, pessoas costumam usar desculpas cada vez mais ruins e sem imaginação, virando uns lugares comuns. Entretanto ainda há exceções. Vejam o caso de um governador de um estado por aí num país que eu não me lembro o nome. Disse que o dinheiro que recebeu foi para comprar panetone para os pobres. Se é verdade, nunca saberei, mas se foi mentira, há que se dar o mérito da criatividade.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Postagem 100

O título tinha de ser o número dela. 100 é um número icônico, um marco. Assim como o mil e o milhão. Mas eu gostaria de deixar uma nova vontade expressa aqui. Quero deixar a minha vontade para a postagem 1000.
Gostaria de escrever um livro até lá. Quem sabe não se torna um best-seller ou então meu cartão de visitas na academia brasileira de letras (até o Sarney é imortal!).
Gostaria também de deixar registrado um desejo de consumo. Um dia ainda terei um tablet da Apple. Bastou eu vir a notícia que eu me apaixonei. Eu sei que não é uma necessidade, mas é um desejo. Quando eu tiver dinheiro eu compro um, mesmo que isso demore alguns anos. Mas não faz mal, esperar pela festa é, às vezes mais legal que a festa de fato.
Outra coisa que eu gostaria de deixar explícito para todos é que eu estou cada vez mais imerso nesse universo que se chama internet. Estou me tornando um netmaníaco, embora eu sempre concentre minhas horas de conexão em alguns poucos sites como o Twitter, o Blogger e outros.
Quero também fazer uma coisa muito mais importante. Só que ainda não sei o que é. É como se eu fosse um soldado esperando por uma ordem. Quem sabe se a ordem não é deixar de ser soldado??

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Intelectualidade de merda

Hoje eu estava no twitter e então eu vi um tweet do Senador Cristóvam Buarque falando a respeito do analfabetismo e de alguns doutores. Eu pensei um pouco e cheguei a conclusão que a intelectualidade sem direção é pior que o analfabetismo. Mas isso não será o tema da postagem. Eu já postei neste blog (clique aqui), bem no início, dicas para fingir intelectualidade. Agora eu só dou dicas para reconhecer falsos intelectuais.
  • Falsos intelectuais não sabem conversar sem desviar do assunto. Pergunte a ele o que ele acha a respeito da programação da tevê, de um programa que ele diz gostar, mas de uma maneira que a resposta não seja tão fácil. O falso intelectual desviará do assunto, falará dos gregos, dos troianos, da resposta do universo e tudo mais (42). Só não fala do programa de tevê. Ou seja, é liso...
  • Falsos intelectuais são pessoas orgulhosas e geralmente sedentas de poder. Não existe motivo para fingir intelectualidade a não ser para ganhar status. É que nem um político querendo botar a banca de inteligente. No fundo é porcaria nenhuma. É como uma pessoa que quiz fazer isso e acabou dizendo que "o meio ambiente é a maior ameça para o desenvolvimento sustentável" . Sorte que o mestre desta pessoa não tenta fingir intelectualidade (embora eu ache que os ghost-writers se esforcem).
  • O falso intelectual gosta de aforismos. Por não conseguir uma linha decente de pensamento (talvez por incapacidade nata) ele recorre a essas frases soltas para impressionar as pessoas. Custumam bradar esses trechos com uma certa propriedade teatral. E os aforismos usados não costumam ter um sentido muito bem definido (assim como na poesia blogueira).
  • E por fim, o falso intelectual não admite estar errado e não tem muita consideração com a opinião alheia. Isso parece estranho para muitas pessoas, mas quanto mais você estuda, maior é a vontade de saber como o outro pensa. O falso intelectual está ainda longe disso.
E, caro leitor, falsos intelectuais estão espalhados por aí. Alguns são mestres e doutores das melhores universidades do país, entretanto sabem apenas o que está delimitado por suas teses e dissertações. O conhecimento é muito mais vasto que isso, e apenas quem admitir sua pequeneza em relação a isso poderá se tornar de fato um intelectual.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Futilidade

Leitor, "a futilidade é a mais genial forma de mover a economia" --Pantera.
Explico melhor. Que seria das pessoas que vendem sapatos com preços de 4 dígitos se não houvesse pessoas para comprar esses sapatos? Seriam provavelmente vendedores de sapatos de apenas 3 dígitos, e isso é algo terrível. O luxo é muito mais lucrativo.
E também o que seria dos mecânicos que instalam equipamentos de som com potencialidade de uns 100 dB se não houvesse playboys que queiram colocá-los nos seus carros importados ou mesmo uns carinhas querendo bancar os ricos ao equipar seus fuscas e chevetes?
Ah, essas questões me atormentam de vez em quando. E se eu pensar bem, chegam outras indagações como por exemplo 'como seria a diversão do povo se não houvesse nem novela nem big brother? E sobre o que conversariam?'.
Realmente leitor, essas questões me atormentam a cabeça.
Acredita que outro dia eu tive a sorte de ver na tevê que o Richarlison (aquele jogador do São Paulo) tinha mudado o visual? Se eu não tivesse visto essa notícia, certamente eu não conseguiria me perdoar por perder um fato de tamanha importância.
Eu, de vez em quando, até mesmo penso que estudar é importante. Veja por exemplo a Geisi Arruda (a garota da UNIBAN). Se ela não fosse para a universidade, como é que ela ficaria famosa e faria uma capa de Playboy? Eu acho que é por isso mesmo que eu vou continuar estudando. Será que o Silvio Santos não me descobre?
Leitor, espero que eu tenha lhe convencido que a futilidade é realmente importante na nossa vida. E principalmente para mim. Como já dizia vovô: "Tem que tê os trouxa pros ladino vivê".

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Compra eletrônica

Leitor, não se engane com o título desta postagem. Eu gostaria de expor a você que eu comprei um fone de ouvido, tipo aqueles que tem em lan house, com microfone integrado. Tudo isso para que eu pudesse escutar música a noite sem ninguém ficar pedindo para mim abaixar o volume (eu nunca sei se estou ou não incomodando).
Mas esse cuidado talvez seja um pouco exagerado da minha parte, mas é algo muito interessante a se considerar. As pessoas, em geral, tem um certo receio de atrapalhar, e algumas vezes de aparecer para os outros. Talvez pequenos cuidados com o volume sejam uma expressão de algo maior.
De qualquer forma, eu não sou como aqueles adolescentes que gostam de escutar rock/pop/etc a altíssimo volume. É até incomodante passar ao lados deles e ouvir as músicas do aipode (i-pod)... não serei eu que ficarei surdo... Eu sou mesmo é uma pessoa com hábito de ficar acordado até tarde enquanto que minha família gosta de dormir cedo.
E para evitar reclamação em família, vale tudo, até comprar um headphone.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Choque de gerações

Ando um pouco descuidado com as postagens deste querido blog. Talvez tenham ainda restado algum leitor, ou então serei eu aqui sozinho. Ah, não tem importância alguma. Eu deveria escrever coisas interessantes para manter pessoas interessadas no que eu escrevo, aí eu vou escrever sobre algo que todos aqui enfrentam: choque de gerações.
É mais ou menos assim: você chega para seu pai com uma idéia ótima a respeito de universidade, negócios ou sobre a vida. Ele ouve (se é que ouve) daí ele simplesmente apresenta todas as falhas na sua idéia. Alguns pais estão certos, principalmente quando se trata de um adolescente pedindo para fazer uma tatuagem, mas nem sempre estão. As piores argumentações repousam no pilar 'ninguém nunca pensou assim' ou então 'essas coisas não são seguras, não dê seu número de cartão de crédito' (como quando você tenta fazer uma compra on-line).
Pior mesmo é ouvir meu vô reclamando da política. Geralmente é o desgraçado do governante que não presta (e tem uns que eu concordo plenamente), mas ouvir meu vô falando que a lei ambiental serve apenas para encher o bolso do governo é demais. Daí eu tento explicar que se a água dos mananciais for preservada o custo do tratamento da água é diminuido, mas não dá. Ele vai falar: 'maldito governo que quer acabar com os pequenos...' e começa então a bradar as 'injustiças' que cometaram contra o povo.
Pior mesmo [sic] é aguentar minha mãe falando que não gostou do fim da novela 'Favorita', só por causa que tinha duas crianças cantando 'Beijinho Doce' ao invés de uma linda cena de amor, com os mocinho se beijando. Ou então ouvir alguma tia reclamando de como as coisas estão ruins nas auto escolas, que não ensinam nada aos alunos.
Quero mesmo é que se dane. Eu não compartilho das mesmas idéias, assim como eles não compartinham das minhas. Talvez eu seja muito 'revolucionário' ou então eu seja mesmo é muito jovem e ainda não os compreenda bem. De qualquer forma, eu devia ficar quieto e ouvir, tal como uma pedra da igreja que ouve o sermão e não se altera.

Com ou sem você

We were talking about the space between us all
And the people that hide themselves behind a wall
(...)
And to see that you´re only very small
And  live goes on within you and without you (...)

A música é Within You Without You. Mas seu tema é mais do que apenas a música indiana por trás de uma produção absolutamente impecável no disco Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. A música é um questionamento a respeito de certos aspectos do nosso pensamento. A vida continua com ou sem você. É duro admitir, mas é verdade.
Não existe pessoa insubstituível ou alguém que possa transpor a morte. Portanto, caro leitor, lembre-se do pensamento de Machado de Assis, um até que 'brincalhão': é o verme que é o auge da cadeia alimentar, já que é ele quem vai comer seu cadáver.
Entendeu??

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Um sonho de igualdade

Leitor, imagine que possa haver um mundo em que todas as pessoas sejam iguais. Sem qualquer distinção entre elas. Sem injustiças, sem deformações, sem o mal. Pois então, esse era o objetivo do nazismo.
Nós somos diferentes, isso é óbvio com uma mera observação das pessoas que passam na rua. Suas roupas são diferentes, seus cabelos também. As faces são as mais variadas e também são diversos os pensamentos.
A pluralidade é que torna a sociedade passível de existir. Se não houver diferença entre nós, como será o mundo? Todos com a mesma cara? Todos com as mesmas características? Todos suscetíveis a mesma doença que pode vir a exterminar a população? Todos com o mesmo pensamento que pode se mostrar incapaz de resolver um problema novo?
Eu sou diferente dos demais. Tenho características incomuns a todos os outros. E no fundo eu não quero ser igual a ninguém. Divertido é provocar as pessoas questionando suas idéias mais básicas (mesmo que eu concorde com a idéia que eu questiono). Divertido é ser o centro das atenções. Eu demorei para perceber que ser diferente não é ser alienado, mas sim ter algo a mais que o resto não tem, algo que completa o outro, da mesma forma que o outro me completa.
Viva nossa desigualdade!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Teste de postagem via e-mail

Caro leitor, estou testando agora um recurso que estive relutante de usar desde que eu comecei a blogar no 'Paralaxe Hipebolica'. Trata-se da postagem via e-mail, como o título já menciona. Mas para não ser uma postagem morta, é melhor colocar algum pensamento, alguma coisa que ao fim seja possível escrever 'provérbio chinês', mesmo que não seja. E aí vai:

"Não existe cura para a celulite"
Constatação científica

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Malhar

Caro leitor, você certamente já esteve numa academia de ginástica. Certamente reparou que lá se encontram tipos que desejam ter um corpo mais bonito (e entre elas tem todos os tipos de pessoas: os que já estão bonitos, os que podem vir a ficar bonitos e os que nunca ficaram bonitos e as gordas) ou então não ter o próximo infarto. Mas não será nesta postagem em que eu falarei desses tipos caricatos de gente, mas de algumas experiências, desagradáveis, que tive dentro desse tipo de espaço.
A primeira delas é certamente não saber como usar a esteira, geralmente iniciantes parvos, como eu já fui um dia, não sabem a que velocidade colocar a esteira e nesse desconhecimento colocam uma velocidade alta, como cerca de 10km/h. Aí a pessoa corre por uns 40 segundos e depois tem de parar a corrida já que simplesmente não está apta para correr tudo aquilo. Sabe a cena clássica dos desenhos em que a pessoa em cima da esteira é arremessada para fora da máquina ou então fica rolando junto com a lona? Eu quase vi isso acontecer com um colega. Eu avisei para não fazer aquilo, mas quem me escuta?
A segunda experiência desagradável devem ser os pequenos acidentes. E eu sou mestre nesses pequenos descuidos. O clássico é prensar os dedos entre uma anilha e outra de peso ou então derrubar coisas no chão, no pé mais especificamente. Eu nunca me machuquei, entretanto eu já tive vontade de mandar a desgraçada da anilha para a pqp.
A terceira experiência desagradável, e possivelmente a mais engraçada é quando não se sabe o peso apropriado para colocar no aparelho. Isso aconteceu comigo no leg press inclinado. Já tinha um peso lá e eu fui tentar fazer o exercício. Não consegui. A rampa desceu e ficou. Não tive força o suficiente para levar o aparelho a sua posição natural para que eu pudesse travá-lo. Tem gente que também exagera no peso a colocar no supino, aí no meio da série o 'fortão' não consegue mais com o peso e aí ou pede ajuda para um amigo ou então joga tudo no chão e o resto que dane...
A última e possivelmente a mais sutil, já que acontece em casa, é a dor muscular e a rigidez dos músculos. Geralmente acontece com as pessoas que estão começando ou voltando a fazer exercício. Eu por exemplo, já fiquei cerca de uma semana sem conseguir erguer os braços sem dor. Aí era um deus-nos-acuda para lavar os cabelos ou então para pegar um copo na dispensa. Ficar com dor nas pernas também é árduo. Qualquer passinho e doem as coxas e talvez a bunda. Mas isso não importa.
Leitor,todos já passaram por alguma dessas situações. Todos. Os bonitos, os podem ser bonitos, os bonitinhos, os feios, as gordas e talvez até você já esteve em algum apuro. Mas é normal. Tudo é normal na forma física. Só não vale ser nem vigoréxico nem anoxérica.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Um futuro hi-tech? (...) Balela!

Leitor, você já deve ter visto vídeos simulando como será o futuro daqui alguns anos. Haverá transmissão de energia sem fio, haverá celulares que reconhecem pessoas, lousas que se conectam com pessoas de diferentes partes do mundo, aulas computadorizadas. Até mesmo quem sabe, um download cerebral ou mesmo máquinas que substituiriam para sempre a necessidade da memória.
É tudo balela.
A transmissão de energia sem fio (ou wireless) é conhecida desde a época de Tesla, nos anos 30. Esse prestigiadíssimo engenheiro elétrico que hoje tem uma unidade do sistema internacional em sua homenagem, nunca conseguiu viabilizar qualquer projeto comercial dessa tecnologia. Talvez o motivo seja simples: os campos elétricos decaem de intensidade com o quadrado da distância. Se a 1m da fonte a tensão é 4X, a 2 metros será de X. Podem até tentar canalizar isso para alguns sensores espalhados pelo ambiente que enviariam a energia diretamente para o equipamento, mas não acredito que isso se torne comercial já que para transmissão de energia haveria a necessidade de disparar ondas eletromagnéticas potentes pelo ambiente, o que provavelmente poria a saúde dos usuários em risco.
Balela, é isso que é.
Sem dúvida alguma já existe tecnologia para fazer celulares com a capacidade de reconhecer faces, mas o uso dessas máquinas seria catastrófico para o intelecto humano. Não usar a memória é a primeira condição para deixá-la 'fraca'. Tanto é verdade que já se associa o mal de Alzheimer com a falta de uso do cérebro e com rotinas repetitivas. Outro motivo muito simples é que tirar o celular do bolso e apontar para uma pessoa para descobrir quem seja deve ser um tanto que inusitado, e provavelmente rídiculo. Imagine numa festa alguém assim. Certamente pensaram que essa pessoa é um fotógrafo, já que eu nunca vi ninguém com o celular em punho para fazer alguma coisa em uma festa senão fazer uma ligação ou mandar/receber mensagens.
De novo, é balela, conversa para boi dormir.
Aulas computadorizadas? Você acha que realmente funcionaria? Eu acho que não. E o meu argumento é muito simples: você já viu uma aula de Power Point mal feita? Se sabe, eu nem preciso argumentar. A interatividade também é algo perigoso a ser considerado. Houve um projeto, uns anos atrás, em que o governo brasileiro deu notebooks de 200 dólares para crianças dos primeiros anos do ensino fundamental. O resultado foi [ironia] muito [/ironia] revelador: as crianças em vez de estudar, usavam os computadores para brincar. É o que vai acontecer se a onda hi-tech invadir as escolas.
Eu disse, eu avisei que era tudo balela.
O pior de tudo, mesmo, são os downloads cerebrais. Se existe Deus e a doutrina cristã chega perto de uma boa conduta, isso jamais será possível. Contraria a regra mais básica, que é a do melhoramento através do esforço próprio. Mas deixemos a religião de lado. Erros existem em obras respeitadas, eles também existiriam nos arquivos para baixar no cérebro. E informação errada pode ser fatal, tal qual não reconhecer um aviso de uma placa de trânsito ou então achar que para trocar a resistência de um chuveiro não é necessário desligar a tensão da casa. Sem falar que se houver um bug no programa podem ser baixados apenas estrinhas, asteriscos, sifrões e quadradinhos vazios para dentro do cérebro, como numa geração mal feita de PDF.
Leitor, não fique muito animado com a tecnologia que um dia poderá estar na sua mão. A maioria das invenções morrerá antes mesmo de ser lançada ou terá uma vida curta, tal o fax. E lembre-se que todo componente de tecnologia tem seu funcionamento diretamente a algo que não pode ser melhorado por empresa nenhuma, que é o usuário final.
E mais uma vez, É TUDO BALELA.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Pensar no futuro

Caros leitores, eu fui a uma festa familiar de início de ano e lá conversei com várias pessoas de minha família. Os assuntos foram dos mais variados, desde alguns comentários a respeito da funcionalidade do Linux, do Windows e Macintosh até mesmo a qualidade do cinema nacional, passando pelas formalidades do processo de obtenção de CNH (com destaque para o exame do psicotécnico) e pela tragédia de Angra dos Reis. Entretanto, um assunto me deixou mais do que inquieto, o futuro, mais especificamente o INSS.
Esses dias atrás foi dado um aumento de 6,14% para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo, um ganho real de 2,5%. Fonte. O rombo da previdência, em 2009 foi estimado como sendo de R$ 43 bilhões. Fonte. E não existe nem perspectiva de que esse assunto entrará em pauta nas eleições desse ano, por um motivo muito simples, falar disso não agrada o eleitorado. Entretanto o que realmente me incomoda é a perspectiva de eu não conseguir me aposentar.
Saiba, caro leitor, que a expectativa de vida ao nascer do brasileiro hoje é de 72,9 anos (Fonte: IBGE) e que os brasileiros podem começar a se aposentar por volta dos 50 anos. Considere que esse trabalhador contribuiu com o equivalente a cerca de 100 reais ao mês durante uns 30 anos. E receberá até sua morte (que acontecerá daí uns 20 anos) um salário mínimo mensal que hoje está no valor de 515 reais.
Ainda se fosse apenas isso, o problema ainda não seria tão grave. É direito do trabalhador, assegurado pela constituição federal no artigo sétimo, inciso XXIV, a aposentadoria, independente do cidadão ter ou não contribuido para o INSS. Sendo assim, trabalhadores informais e também os trabalhadores rurais que nunca contribuiram para a previdência social têm direito a se aposentar, e o piso é um salário mínimo.
Com tudo isso, temos que o rombo atualmente é de 43 bilhões de reais, e tal desajuste nas contas públicas é resolvido de uma maneira bem interessante: desvia-se dinheiro de outras áreas do governo para sanar o problema. Até agora a bomba ainda não estourou, mas logo ela estoura.

Observe que nesta Pirâmide etária do ano de 2005, já existe um significativo afunilamento nas bases e também que a população aposentada se concentra nas faixas superiores a 50 anos e que a população contribuinte do INSS se concentra entre 20 e 50 anos.
Em 2015, serão aposentados no Brasil as pessoas que em 2005 tinham 40 anos ou mais, e serão contribuintes os que em 2005 tinham entre 10 e 40 anos. Observe que o número de aposentados aumenta e o de contribuintes diminui. (**Não se levou em conta a mortalidade neste exemplo, já que a intenção é apenas ilustrativa.)
Se o cenário para 2015 está ruim, imagine para 2025 ou mais adiante. O rombo no INSS certamente aumentará, e provavelmente será sanado com imposto de outras áreas,  o que implica em mais impostos no futuro (e carga tributária no Brasil já é alta).  Outra possibilidade de ajuste do rombo é abrir mão de serviços como saúde, educação e segurança (já precários no Brasil) para manter a previdência social. Ou ainda pior, o governo pode vir a perder a capacidade de investimento, o que levaria a economia brasileira a uma situação de estagnação, um quadro muito mais preocupante, já que estagnação econômica é sinônimo de caos.
Caro leitor, pensar nisso é uma visão do inferno de Dante, pintada com cores ainda mais reais e com data para acontecer, um futuro de 20 ou 30 anos a partir de agora. Então meu conselho é pensar bem nas eleições e nos projetos que nos serão apresentados. E se não houver projetos bons, estará na hora de você se interessar por essa coisa chamada política já que ela tem profundas implicações na sua vida.